Privações Desnecessárias

Haveria limites para o condicionamento de um ser humano?

O que pensa uma mãe quando declara que o filho de apenas 2 anos pensa que brócolis é sobremesa?

Tudo bem que se trata de um alimento saudável, e para quem gosta é até muito saboroso, mas dizer que é sobremesa?

Será quem que está sendo enganado?

Eu li essa declaração que foi dada por uma dessas super modelos, na semana passada.

Talvez ela consiga manter o filho dentro de uma redoma de vidro onde ele só terá contato com os alimentos SUPER SAUDÁVEIS, mas por quanto tempo?

Penso que temos que enfrentar nossos “fantasmas” o mais cedo possível, para aprender a lidar com eles, quanto mais demoramos a descobrir nossa limitação mais difícil fica administrá-la,

A falta de contato com algum alimento calórico, por desconhecimento ou por falta de condições financeiras, pode levar a um processo problemático quando passamos a ter acesso a ele, seja quando assumimos uma condição financeira que nos proporciona a aquisição desse tipo de alimento, ou quando ele nos é apresentado pelo próprio mundo exterior, do qual fomos privados até aquele momento.

Quem não conhece aquele velho ditado popular, que tem muita sabedoria?

“Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza...”

Assim, não adianta esconder das crianças que existem alimentos dispensáveis na dieta, é sim muito importante ensinar a gostar do que é saudável, mas também ensinar a dosar os prazeres da vida, para que a criança cresça confiante e forte para administrar bem essas dificuldades que vão fazer parte da vida inteira de qualquer ser humano.

Privar uma criança de conhecer uma verdadeira sobremesa é cruel e prejudicial para o desenvolvimento do ser humano.

Quem nunca ouviu que "O proibido é sempre muito mais atraente..."

Na minha modesta opinião essa postura só serve para valorizar ainda mais aquilo que talvez pudesse ser apresentado como algo comum e dispensável. 

No caso particular da modelo que fez essa declaração, talvez ela esteja contando que o exemplo dela e do marido em casa, além do poder econômico que possuem, sejam suficientes para uma “criação” saudável, mas infelizmente a influência do mundo exterior é muito grande, além de ninguém poder prever o “dia de amanhã”. Hoje a nossa vida pode estar de um jeito, mas uma reviravolta pode acontecer, então ainda vale: “Educar os filhos para o mundo que eles terão de enfrentar, e não para a situação em que vivem num determinado momento...”