sexta-feira, 8 de abril de 2011

Parêntese

 Impossível passar, sem comentar a tragédia que se abateu sobre a cidade do Rio de Janeiro e porque não de todo o Brasil.

Por isso se faz necessário um parêntese em nossas conversas.

A insanidade de uma pessoa que desconta suas frustrações e fracassos em pessoas inocentes tem se tornado cada vez mais comum e a intensidade tem sido cada vez mais chocante.

Evoluiu-se da agressão com palavras para agressão física, aquela que só deixava hematomas, para aquela que deixa cicatriz, culminando para aquela que acaba com vidas, não apenas uma, mas de toda uma comunidade, que fica abalada e cada vez mais incrédula.

Esse é um dos custos sociais que me refiro na resposta ao comentário de uma leitora no dia 7 de Abril, “Dica Italiana”.

A sociedade vem pagando muito caro pelo descaso com o que é seu. E o que é realmente nosso? Nossos filhos, nossa família.

Esse descaso não é consciente, ele nos é “vendido” pela “mídia” como sendo um mal necessário. “Faz parte dos dias modernos”.

No caso do Rio, o rapaz era filho adotivo, e sabe-se mais que tipo de violência esse indivíduo sofreu em sua vida, desde carência afetiva, Bullying e tantas outras dificuldades que o mundo moderno nos impõe.

O Bullying   por exemplo é uma agressão cada vez mais comum e todos nós estamos assistindo e aceitando como sendo natural, e não é. Os pais precisam tomar conta de seus filhos e EXIGIR desde muito cedo, atitudes mais humanas dessas crianças, que acostumadas a ver na TV tudo que não se aproveita para nada, passam a repetir no seu cotidiano, com o irmão, primo ou amiguinho, causando vítimas cada vez mais graves.

Não se justifica nunca atitudes como essa, mas infelizmente elas são explicáveis, o ser humano, cada vez mais está precisando crescer praticamente sozinho, não existe mais tempo para que ele receba em casa a atenção necessária para solidificar sentimentos básicos de amor, fraternidade, solidariedade, respeito, compaixão e fé.

As relações familiares estão totalmente desestruturadas, e não é apenas numa determinada classe social, os casamentos já não têm tanta importância, as famílias acabaram por desenvolver um sistema totalmente independente, ninguém pode depender de ninguém, assim, ficamos todos SEMPRE LIVRES.

A terceirização da educação dos filhos e em alguns casos a substituição do amor por BENS MATERIAIS, e a falta do NÃO em momentos decisivos, gera adultos FRUSTRADOS, que não sabem lidar com os “NÃOS” que a vida nos impõe.

Existe uma escritora inglesa que diz que se os governos incentivassem as mulheres a cuidar mais de seus filhos, gastariam muito menos com penitenciárias.

Como essa crise de personalidade não é exclusividade só do Brasil, uma frase que resume muito bem a situação dos jovens pelo mundo, e que li ou ouvi em algum lugar é:

“Não devemos apenas nos preocupar com que mundo deixaremos para nossos filhos, mas antes disso, pensar muito em que tipo de filhos estamos deixando para nosso mundo”

TRISTEZA...

2 comentários:

  1. LUTO.... muito triste essa tragédia do Rio. Já perdi as contas de quanto já chorei, pois me coloco primeiramente imaginando na situação de desespero a qual essas criaturinhas indefesas foram submetidas e depois me coloco no lugar de cada familiar que perderam seu ente querido nessa monstruosidade. Fico pensando naquela mãe que após saber do ocorrido correu até a escola desesperada buscando o abraço do filho para se livrar da angustia que a tomava dos pés a cabeça e chegando lá se depara com o pior, ou seja, seu filho (a) está morto, meu Deus, que triste, não consigo parar de chorar...Também concordo com a escritora inglesa. Quando vejo notícias que morreu um usuário de drogas penso será que não faltou amor na familia dessa pessoa? Será que não faltou a mãe ou pai se preocupar mais onde anda o filho ou com quem anda? Um grande abraço Edamoa bjos. Fran.

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  2. É Fran,

    Hoje foi um dia muito difícil, principalmente para quem tem filhos.

    Penso que todas as mães se colocaram no lugar daquelas mães que tiveram seus filhos levados pela insanidade de um ser, que talvez nunca tenha sido verdadeiramente humano.

    Nem os animais fazem esse tipo de coisa. Só matam para se defender ou para sua subsistência, nunca matam por matar, por ira, por frustração...

    Que DEUS dê forças para essas famílias!

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