Conflito de Interesses

Saúde x Alimentos x Propaganda

Recentemente, o governo do Estado de São Paulo, utilizando-se do exame médico, vetou o acesso de algumas professoras aprovadas em concurso público aos cargos, baseados no índice de gordura dessas candidatas.

A questão aqui, não é o quanto as candidatas estariam acima do peso, mas o que os governantes poderiam fazer para que as pessoas não fossem vítimas das armadilhas da alimentação, do sedentarismo e da própria propaganda.

É muito mais fácil, excluir os classificados como “acima do peso”, do que cobrar da indústria uma melhora na qualidade dos alimentos industrializados, um aperfeiçoamento nas técnicas de fabricação e principalmente uma postura honesta alertando nas embalagens sobre os riscos de se consumir determinado alimento.

Porque pagamos tão mais caro pelo pão integral? A diferença é muito grande, o que desestimula o consumo desse tipo de alimento, e quando optamos pelo comum, estamos optando pelo menos saudável, pelo que engorda mais.

Tudo na seção light é muito mais caro que os classificados como normais, quando na realidade a maior quantidade de produtos disponíveis deveria ser light e o corredor dos comuns é que deveria ser pequenino.

Trata-se de uma inversão de valores, onde tudo que engorda é muito mais divulgado, muito mais exposto, e o light figura, como um coadjuvante na alimentação, e muitas vezes é visto como um produto para DOENTES.

É uma visão totalmente equivocada sobre alimentos, que desenvolvemos desde a mais tenra idade. Agora, depois de mais velhos, e de certa forma até viciados, fica difícil mudar esses conceitos.

Concordo que muita coisa light ou diet, não é tão saborosa como os seus similares convencionais, mas a questão é SAÚDE. Precisamos reprogramar nosso cérebro para passar a gostar de coisas mais saudáveis, mas infelizmente a mídia não nos proporciona essa mudança de comportamento. Ela sempre vai vender os produtos light ou diet como sendo destinados apenas para pessoas com algum problema de saúde.

A TV, as propagandas e o marketing, nos ensinam desde muito cedo a gostar e querer consumir todo tipo de alimento industrializado, altamente calórico e muitas vezes chegam a iludir os consumidores informando inverdades e, afirmando que contém vitamina isso, vitamina aquilo, quando na verdade não são enriquecidos de nenhuma vitamina.

Ah! Os governantes não podem intervir nesse tipo de assunto, mesmo porque de onde vão retirar tantos impostos que arrecadam com esses produtos sendo comercializados em tão larga escala? Então, passamos a barrar professoras, que estudaram, passaram num concurso, mas estão acima do peso. Simples assim...